menu close
Urgências: 917 309 038*
telefone urgencia

Boletins Informativos

01 Fev

Febre da carraça


A febre da carraça corresponde a um conjunto de doenças semelhantes causadas por diferentes parasitas do sangue, e que também podem afetar o ser humano. São transmitidas pela picada de carraças que se alimentaram anteriormente num animal infetado e transportam consigo esses parasitas. Também pode haver contaminação através do sangue no interior da carraça caso esta seja esmagada (ver nota final sobre como tirar uma carraça). Dado que os sintomas e prognóstico podem ser graves, recomenda-se o uso de pipetas e coleiras inseticidas para prevenção.
Os agentes causadores são na nossa zona mais frequentemente  protozoários do género Babesia e bactérias do género Ehrlichia, Rickettsia e Borrelia.
Os tempos de incubação variam entre alguns dias a 3 semanas, e as carraças precisam de ficar “presas” algumas horas (até 24) para conseguir infetar os animais.
Os sintomas da febre da carraça podem incluir, febre, letargia (“tristeza”), perda de apetite, perda de peso, aumento dos gânglios, icterícia (mucosas amarelas), edemas (inchaços) em diferentes partes do corpo, corrimento ocular e ou nasal, hemorragias, manchas vermelhas na pele, dificuldades em andar quer de origem articular, quer neurológica ou muscular. Também pode haver sinais gastrointestinais (vómitos e dirreia). Estes parasitas podem destruir ou levar à destruição de glóbulos vermelhos e plaquetas, por mecanismos imunomediados, que quando em grande escala, pode levar à morte, quer por anemia, quer por hemorragias espontâneas, pois o sangue deixa de ter capacidade de coagular. Esta doença pode levar a outras doenças secundárias, como insuficiência renal, artrites, etc. Existem outros sintomas e a gravidade da doença é variável. Existem formas agudas, subclínicas e crónicas. Alguns animais podem ser portadores do(s) parasita(s) e nunca vir a desenvolver a doença, ou, pelo contrário, desenvolver o quadro clínico muito mais tarde, quando existe uma diminuição da eficácia do sistema imunitário por um qualquer motivo.
O diagnóstico é clínico e laboratorial. O tratamento para as Rickettsioses e Erliquioses geralmente é feito com antibióticos específicos e eventualmente anti-inflamatórios esteróides, durante várias semanas, devendo os animais ser testados posteriormente para confirmar a eliminação do parasita. A Babesiose requer um tratamento diferente, com um antiparasitário injetável. Naturalmente, dependendo da gravidade da doença, os animais podem precisar de outros tratamentos, direcionados para as complicações, como fluidoterapia, transfusões de sangue e/ou internamento. Do mesmo modo, os exames complementares de diagnóstico necessários podem variar de acordo com a gravidade do quadro clínico e as possíveis complicações. Mesmo assim, sendo uma doença grave com risco morte, o prognóstico é geralmente bom, desde que tratado atempadamente.
Nota: Tirar uma carraça – Para evitar qualquer contaminação deve usar-se luvas, pinças e não esmagar o parasita. A carraça deve ser agarrada com a pinça pela cabeça, mesmo junto à pele, e puxada devagar num sentido praticamente perpendicular à pele. A pele do local deve depois ser lavado e desinfetada. O local deve ser vigiado durante alguns dias.
 


voltar

Voltar

newsletter